Atualidade • Moçambique
Ataques terroristas em Cabo Delgado: padre denuncia rapto de crianças
Maputo — 22 de Agosto de 2025
Uma nova onda de ataques terroristas em Cabo Delgado, principalmente na região de Chiúre, provocou a fuga de cerca de 50 mil pessoas, segundo avança a ONU, fazendo aumentar ainda mais a já profunda crise humanitária que se verifica no norte de Moçambique.
O Padre Kwiriwi Fonseca, da Diocese de Pemba, alerta em mensagem enviada para a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) em Lisboa, que se está a verificar também “o rapto de crianças”, e que é urgente fazer alguma coisa em seu socorro: “Essas crianças devem ser procuradas para serem devolvidas aos seus pais, porque elas merecem sonhar, merecem ter um futuro melhor”, diz o sacerdote.
Este é mais um alerta da Igreja Católica para a situação extremamente delicada no plano humanitário que se está a viver no norte de Moçambique, em especial na província de Cabo Delgado, por causa dos constantes ataques de grupos terroristas ligados ao Estado Islâmico.
O Padre denuncia que estes ataques estão a gerar uma nova onda de deslocados, de pessoas em fuga, e que se está a verificar também o rapto de crianças pelos terroristas.
Fonseca, padre passionista da Diocese de Pemba, alerta ainda para o risco de o mundo se esquecer do que está a acontecer em Moçambique, da tragédia provocada pela violência terrorista iniciada em Outubro de 2017, e agravada pelos ciclones que também têm fustigado esta região nos últimos anos, com enorme destruição de habitações, de infra-estruturas e de campos agrícolas.
“A crise humanitária provocada por esta guerra, que dura já quase oito anos, tende a ser menosprezada e silenciada. O silêncio incomoda-nos numa altura em que milhares e milhares de irmãos de Cabo Delgado, principalmente na região de Chiúre, viram os ataques aumentarem a crise, viram as suas casas a serem queimadas, viram os seus filhos a serem raptados e eles viram-se na situação de deslocados de guerra nas várias partes da província e também em Nampula, que é uma província vizinha”, descreve o sacerdote.
“Estou aqui para poder denunciar veementemente esta guerra que deve acabar, porque Moçambique precisa de paz. Nós queremos a paz…”, repete na mensagem enviada para a Fundação AIS.
O sinal concreto das consequências da violência terrorista é o facto de quase 90 escolas estarem encerradas na província de Cabo Delgado, afectando quase 50 mil crianças e jovens.
A urgência da ajuda às populações deslocadas é também sublinhada pelo Padre Kwiriwi Fonseca que, na mensagem enviada para Lisboa, faz questão de agradecer toda a solidariedade que os benfeitores da Fundação pontifícia têm manifestado para com a Diocese de Pemba, que procura, nomeadamente, através da Cáritas, socorrer as vítimas do terror jihadista em Moçambique.
“Quero agradecer a todos os benfeitores para que continuem a apoiar a Diocese de Pemba”, diz o sacerdote, sublinhando que o mundo não pode ignorar “o problema da crise humanitária” em Cabo Delgado.
Fonte: Carta de Moçambique
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